sexta-feira, 16 de março de 2012

A noite...

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Quem poderia lhe dizer o que era certo ou errado?
Quem tinha tantas respostas assim ao alcance da mão?
Ela sabia que não as tinha, tinha somente um amontoado de perguntas, e de erros, muitas culpas, não entendia como tudo funcionava, como as pessoas diziam coisas que não sentiam, ou sentiam coisas que não diziam... e mais uma vez cansada de esperar por uma iluminação divina, que nunca vinha, deitou-se e tentou dormir.
Mais a noite pode ser muito assombrosa, deitada no escuro tinha medo de abrir os olhos.
E quando cansada de ser atormentada por seus pensamentos, ela caminha no escuro, caminha como se toda coragem do mundo tivesse sido dada a ela, ela sabia o que fazer, ela sabia como resolver, tinha lido muitas coisas a respeito. Não queria mais um dia na escola, não queria mais conversa com as amigas e nem sonhar com seu professor perfeito que mal a olhava, ela queria dormir, mais sem o medo de ser quem era, sem o medo de que descobrissem seu segredo.
Teria saudades da mãe, boa senhora, muito devota, que sempre lhe dizia da bondade de Deus, mais pouco coerente quando dizia dos terríveis castigos  que ele imporia a quem o desobedecesse...
Ela sabia o que fazer,e por um instante teve medo do que decidira, mais parada no corredor escuro, imaginou voltar pra cama, e o medo terrível do escuro fez com que ela se aproximasse da janela, e da luz da noite lá fora, por um longo minuto visualizou as estrelas, imaginou que tudo aquilo não fazia mais sentido, e perdida ali em seus pensamentos, imaginou que os dias em que se morre deveriam ser dias de chuva, dias escuros, e não uma noite quente como aquela, cheia de estrelas, mais a dor é o que a movia, a dor também define propósitos, por vezes a apatia é mais que um estado de espirito, e o desespero é mal conselheiro.
Debruçou-se a janela e sentiu a brisa quente que a tocava, inspirou uma ou duas vezes como se quisesse recuperar a coragem, olhou a rua lá em baixo, os carros que se moviam rapidamente, as luzes que lhe dilatavam os olhos, olhou mais uma vez as estrelas e deixou o corpo fluir lentamente, sentiu um leve alivio por um segundo e depois o vento que lhe bagunçava os cabelos...oito andares em poucos segundos, mais a sensação de paz  parecia durar pra sempre...

quinta-feira, 8 de março de 2012

...

Não posso mudar o que eu sinto, não posso fazer mais do que me desculpar, não repetir os mesmos erros, e esperar que você possa perdoa-los. Não ser outra pessoa, apesar de ter tentado por muitas vezes, umas mais doce, outras mais simpática, tentativas inúteis de disfarçar o que eu sinto. Gosto dos seus olhos, quando se fixam em mim, quando traduzem seus sentimentos, tão contrários das suas palavras duras, dos seus gestos extravagantes, das suas atitudes autoritárias...queria acreditar no seu amor, como acredito nessas horas.