sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O menino da estrela!

By Ricardo Costa


Ele mostrou-me uma estrela, a mais resplandecente e mais brilhante do céu. E com os olhos tristes, de uma criança, ele me disse;
-Você esta vendo aquela estrela ali? É uma estrela triste, uma estrela que sofre!
E contou-me que fica a janela só a observa-la, e a estrela o prende ali por horas, e uma saudade imensa, uma tristeza enorme o invade. Dizem que ele vive no mundo da lua, um mundo só seu... loucura imaginar que uma estrela seja triste! Quando associamos a tristeza com coisas obscuras, e aquela era uma estrela especialmente luminosa.
Já em casa e de pijama, debrucei-me a janela e também fiquei a olhar estrela, a mesma estrela... e de repente uma angustia que pensei, fosse esquecida prendeu-me ali por horas. E sem que nada de anormal acontecesse, fui tomada por uma tristeza imensa. Eu estava realmemte triste. Talvez ele tenha sentido a mesma coisa - e foi isso que desejou me dizer. Sorte a dele imaginar que a estrela sim é triste. Pois sei que esta tristeza que me invade, é minha e só minha. A estrela só a acendeu.
Me disseram que as estrelas são resquícios de luz esquecidos no firmamento.

domingo, 21 de setembro de 2008

Não era amor...


A lua cheia prendeu-me a janela, mais que os habituais cinco minutos de um cigarro. Apesar de nem eu acreditar, talvez ainda haja em mim, algum resquício de arrependimento por tê-lo deixado partir.
E só agora percebo que você saiu sem sequer se despedir. Fica essa ausência desprovida do afecto que eu não tenho... é só o espaço vazio... que o tempo e com o tempo eu preencho com velhas lembranças... mais nos nossos devaneios isso seria impossível, sua vida sem mim... assim como as vezes me atordoa a idéia da minha vida sem nós. Mais agora tenho que avaliar o que me restou , por que sei que você não está mais aqui.
E agora olhando a lua, percebo que você seguiu um caminho em que eu não podia acompanha-lo, adverso ao meu, estrada que não dá em lugar nenhum em que eu esteja ou que eu quisesse ir.
Talvez eu me arrependa por não tê-lo procurado, ao menos para lhe desejar sorte, saber notícias, como anda a vida... a causa nova que arrumou para os seus sorrisos, já que sei que não faço mais parte do que te faz feliz.
Mais ainda persiste essa falta de interesse, a sensação do tempo perdido, a afirmação pra mim, e só pra mim de que nem era amor.


PS- Minha querida Flor!
Como havia lhe prometido, quando crescesse seria igual a vc... Já tomo por meus os seus passos em busca da verdadeira felicidade...

sábado, 13 de setembro de 2008

O bem que a verdade faz..


Ele queria somente a verdade.
Eu sorria, disfarçava, não por que quisesse mentir, mais por não haver necessidade.
Ele insistia em saber;
-Não estas feliz assim!? Dizia-lhe sorrindo.
-Isso não importa, me diz somente o quero saber?
Não devia ter me cobrado tanto. Um dia hesitei e acabei contando.
Eu que sempre só te quis evitar as lágrimas, acabei por te fazer passar meses chorando!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Não posso e principalmente não quero mover o mundo. Não tenho pretensões de querer saber mais do que sei, acho que a minha visão deste mundo decadente já me é suficiente, nem pretendo ser mais do que na verdade sou, sou apenas um reflexo de mim. Não tenho grandes pretensões e nem intenções pra nada na vida.

Não sou do tipo que chora no silêncio pra fazer charme, nem grito ao brados pra ser respeitada, sou quase invisível e na maior parte das vezes banal.... tão superficial que nem se nota. No meu mundo não tem tantas cores e amores assim... só o suficiente pra uma pessoa normal.

Deixo todo o resto pra quem queira ir mais alto que eu, eu simplesmente fui fundo... fundo demais pra se voltar,e agora este lugar já faz parte de mim.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A rosa

Para Biazinha Frusca...




Todos os dias ela passava na calçada e olhava a rosa e sentia que a rosa também a olhava.
Rosa proibida por edital; "Não toque". Era tão linda, tão preciosa.
Até que uma tarde , longe de todas as vistas, ela esqueceu-se do edital e roubou pra si a rosa. Colocou-a em seu quarto, no mais lindo dos vasos. Mas passando-se os dias , a rosa morria.
E a menina entristecia, tanto amor e admiração e a rosa ainda assim morria. Era pura fantasia acreditar que de simples amor, a rosa viveria... as rosas não são como as meninas, que crescem com pura admiração. Mais isso demora algum tempo pra se aprender, pra se dar conta que na vida real por vezes o amor não é o mais fundamental!
Só então a menina se deu conta, que a rosa precisa mais de sol e de terra pra viver, do que simples e pura admiração.E assim como a rosa a menina também murchou.