quinta-feira, 29 de maio de 2008

Meu espelho...


Quando chega em casa, chora todas as suas dores, desce do seu salto 15 de verniz e vê seu calcanhar de Aquiles. É aqui que ela se mostra, e mais que tudo se vê. De dentro pra fora. No seu espelho de moldura antiga.

Disseram que o espelho é magico.

Mostra mais que apenas a imagem, mostra a verdade. Mais hoje ela não podia se olhar no espelho, precisava de uma ilusão, uma mentira pra acreditar e justificar seus erros, algo que amenizasse sua dor...

Por baixo da sombra e do batom as marcas, por trás dos sorrisos de bom dia, a dor indissolúvel, a saudade de casa. E olha que este quarto ela conhecia bem, cresceu e se perdeu ali, dentro dessas paredes que tantas vezes a aninharam e tantas outras a expulsaram dali...

Um mundo todo criado, paralelo e surreal... mais tudo o que ela tinha estava ali, só ali ela era verdade e não farsa. Só ali ela podia tirar as mascaras e olhar no fundo de seus próprios olhos, que tantas vezes, nem sequer os reconheceu...o brilho, a cor, nada disso era mais seu, não pertencia mais a garotinha, ela perdeu. É como ter sem possuir, a ordem da perca não vem de quem possui, mais de quem se sente vilipendiado no meio do dia.

Ali, ela criou seus mundos imaginários... seu conto de fadas... num reino encantado e sombrio, o Lord, monárquico e intransigente, dizia-lhe que tinha que buscar conhecimento para salvar a sua alma, talvez ele soubesse algo a mais sobre ela... ela nunca pode sequer lhe tirar a mascara... o que será que ele escondia, talvez olhos de anjo?

Ela havia se perdido, mais a menininha do abismo, que guardava pequenos nada, ninharias sem importância, gostava do seu sorriso, e mesmo quando ela se mostrava fraca e insegura, ainda assim ela voltava.... e sempre lhe mostrava outro caminho.

Ela mais uma vez tinha se perdido... com um pouco de álcool e alguns comprimidos... ela não quis se olhar no espelho... sabia que ali existiam coisas que ela não veria nunca.



*Certas coisas só se vêem olhando de fora, outras de dentro, e outras não se vêem nunca.

domingo, 25 de maio de 2008

Sobre o tempo e essas coisas.....





Sei bem do que não preciso.

Não sei onde você está indo, mais sei que não quero ir, não preciso partir ou ficar, mais sim encontrar... preciso me encontrar, eu me perdi e tão distante de onde deveria estar...você me entende? Me procurei mais em vão, não posso encontrar o que desconheço...não sei o que procurar, esses olhos não são meus, você não faz parte de mim, nem daqui, como eu também não faço parte de você, não conheço os seus olhos ...

Por isso sei que não posso ir, não posso partir sem me dar conta do que deixo pra trás, e o que eu deixo pra trás? O que me pertence deste lugar? Quais as razões que me movem aqui? O que se leva quando se parte de lugar nenhum?

Onde encontro respostas pra minhas perguntas? Você não pode me responder, por mais que finja, eu sei que também não sabe... e nem se dá conta disso.

Não posso parar, a inércia é o cemitério que engole os vivos, mais uma vez começo do fim, do que me atormenta e não me satisfaz, sempre assim do fim ao principio, nesse circulo alucinante que me ensinaram; chama-se tempo... chegando e partindo do mesmo lugar.

Não sou daqui, posso não saber onde estou indo mais sei que não faço parte desse lugar, dessas pessoas sem conteúdo, sem sentimentos, sem percepção do que existe a sua volta.

As vezes o óbvio é mais difícil de ser observado, por isso me perdi... eu sou tão óbvia, tão evidente, tão clara, que as vezes parece tudo meio místico.

Hoje é noite de lua cheia, noite clara propícia a encantos. E amanhã provavelmente ela está de volta... ela sempre volta.

As vezes cansa estar a beira do precipício, de no silencio não ouvir sequer os meus gritos.

Mais esta noite... a noite está clara... propícia a encantos.....


terça-feira, 20 de maio de 2008

Feliz como não poderia!


Felicidade:"Do latim;felicitate." Estado de quem é feliz, contentamento, bem-aventurança.


Meu estado hoje, agora, neste exacto instante, é mais que de felicidade, é quase uma overdose de sentimentos, emoções e realizações que me chegam por telefone! Vida moderna...

O que eu espero?... Que tudo se mantenha assim, que não mude uma palavra, uma acção.

Que o tempo pare e que se congele nesse exacto segundo... que o mundo gire bem devagar, já que eu trocaria a eternidade por este momento...

Nexo nesse post?... Nenhum, mais quem disse que a felicidade tem nexo!!!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Noite...

Não faço parte daqui, e não gosto dessas pessoas que não conheço e ainda assim me cercam, com seu cheiro de doença e éter, suas expressões vazias, desses corredores frios, sombrios e impessoais, dessas almas pelo chão, de tanta vida sem existência.

Não gosto sequer do cheiro das flores, me faz lembrar os mortos e os funerais, há tanta dor e tantas lágrimas, que quando a noite cai, faz-me sentir vazia e inerte, como estas almas sem paz.

Ouvi gritos pelo corredor, talvez a morte se compadeceu de alguém e o veio buscar.

Talvez a garotinha de olhos vazio e punhos cortados.Talvez ela estivesse triste e desesperada ou simplesmente não quis continuar. Existem tantas razões pra se cortar, afinal só o sangue é capaz de lavar todas as marcas.

Hoje não sai lá fora, nem cinco minutos pra um cigarro. Não havia lua, só a noite escura, céu sem estrelas, nuvens que me parecem monstros e mortos-vivos a vagar.

Não pude ouvir os teus passos, o silêncio da noite me distrai, não pude ver teus pensamentos que atordoados dançavam no ar...

Mais sei que assim como eu... repudia e tem paz neste lugar...

Agora não há mais urgência, nossa dor é doce... e sei que esta noite não tem mais o que justificar, podemos simplesmente esperar o dia clarear.



*Mateus, 8:22; "...Persiste em seguir-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos"

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Coisas que aprendi....

# Aprendi que em certas situações é mais fácil se confiar em estranhos, eles tem menos motivos pra querer prejudica-lo do que os conhecidos!

# Que tudo na vida passa, e mais rápido ainda, quando se dá extrema importância ao tempo que irão durar....

# Aprendi que não posso voltar no tempo para corrigir os meus erros, mais que é sempre tempo pra justifica-los.

# Que se conselho fosse bom, as pessoas simplesmente fariam aquilo que te pedem pra fazer.

# Que quando as pessoas usam o termo "situações insustentáveis" é que no geral, elas realmente o são, por mais que vc não queria.

# Que mente sã só existe em corpo são, e neste caso até uma carie conta como doença.

# Que na vida vc sempre tem duas opções, mesmo que sua segunda opção seja simplesmente optar pela primeira.

# Aprendi que o tempo não apaga o amor que sentimos pelas pessoas, ele simplesmente nos mostra quem elas realmente são.

sexta-feira, 9 de maio de 2008


Percas...




Desisti, de mim, de vc, não me permiti lutar, sofrer, ganhar ou perder, não quis continuar, parar ou prosseguir, hesitei e mais uma vez me iludi, sem tentar, sem pensar, sem ver ou ouvir, tocar... nada!Não permaneci, não me mudei, não me mexi sequer, não admirei, não me admirei, não pude entender ou me explicar, me dar razão, me contentar.


Simplesmente desisti, da vida , da morte, de me matar ou de me deixar existir, de mim de vc, do que tinhamos ou podíamos construir, de nós! Do que o inesperado podia me trazer, não podia esperar, não podia partir, não pude sequer imaginar, não podia te dar o que eu tinha e nem aceitar o que me oferecia, era pouco, muito pouco, e mesmo assim não merecia.
Vc não tinha, eu não podia, não queria mais, não era mais, não sou mais.
E nesses casos não há enterro e nem lápide a ser escrita...

segunda-feira, 5 de maio de 2008


O que aconteceu com o tempo que eu tinha e não tenho mais, com a coragem de mudar o mundo, os moveis do quarto, os sonhos, o cenário... com a saudade do desconhecido que me impulsionava pra frente e guiava os meus passos, com a minha capacidade de acreditar no que quer que fosse, de confiar em qualquer um que tivesse um lindo sorriso ou um olhar doce.

O que aconteceu comigo, que me modifiquei tão de repente, que me ausentei do corpo e da alma que habitava. Que me perdi entre vaidades, acabei por escolher outra estrada, uma estrada errada, com sonhos e ilusões que se misturam na realidade, com dores e marcas que não são minhas.

Há tantos sinais e tantas placas que já não sei por onde voltar, nesse atalho tortuoso que não me deixa chegar a lugar nenhum e que não partiu de principio algum.

O que aconteceu com a menina do espelho, que hoje não se reconhece mais, tão fria, tão inerte, tão fugaz...

Hoje o dia nasceu e eu não estava lá. Não dei mais importância ao que movia a minha vida, senti-me livre! Longe, distante numa terra desconhecida, onde esperei o cair da noite. E está noite nenhum espírito veio me visitar.

sábado, 3 de maio de 2008


Me apaixonei por um princípe, que o tempo mostrou, não era encantado, que me deu amor simplesmente inventado e que não se manteve na vida real.

As nossas promessas de amor eterno, não duraram mais que alguns dias, se perderam na imensidão das horas e não foi sequer eterno enquanto durou, e até a saudade que parecia querer durar pra sempre, cessou.

E hoje a nossa intimidade correntia, foi substituída pelo descaso, as lágrimas que derramei não me fazem mais sentido, tanta dor, tanta saudade, e hoje até poso dizer que em era amor!